Não é um filme "Ben Stiller"
Ben Stiller é do tipo de ator que não gosta de se diversificar. Para provar isso, basta dar uma rápida olhada na sua filmografia e verá nada além de comédias. Comédias infantis como Uma noite no museu; comédias para adultos como Quero ficar com Polly e até mesmo as comédias sádicas, que a príncipio tudo é triste e é daí que é tirada a comédia. Contudo, Ben Stiller tenta com A Vida Secreta de Walter Mitty se lançar para um gênero que ainda não tinha ido antes: o drama. Não que seja um daqueles dramas de Oscar ou emotivos. Um drama que tende um pouco a comédia.
No filme ele é cara que basicamente sonha acordado. Não foi a nenhum lugar incrível, não fez nada e incrível e sua vida era basicamente normal. Normal. Sem grandes acontecimentos. Walter é o chefe do departamento de fotos em negativo da revista LIFE que surpreendentemente acabará com as tiragens e passará apenas a ter edições online. E a foto da capa da última LIFE, uma tirada por Sean O'Connell (Sean Penn) está ao encargo de Walter, que não faz sabe onde ela está. E aí, começa a trama do filme, girando em torno da busca de Mitty por Sean e pela revista que fará a última capa da revista.
O começo é certamente lento. Nos primeiros vinte minutos, existe uma apresentação do personagem principal e de sua característica de sonhar acordado. O filme, contudo, é de bastante bom gosto quando retrata as aspirações de um homem comum e o que cada um pode fazer para não tornar sua vida simplesmente ordinária.
Claro que existe uma garota, Cheryl (Kristen Wiig) e, quando parecia que seria mais uma simples par do personagem principal, ela aparenta ao contrário ser a força geradora para a coragem de Walter.
Existem, óbvios, alívios cômicos: desde atendente do eHarmony até piadinhas americanas (sátiras de filmes e slogans) mas o filme é bem centrado na sua trama, na sua busca.
Sem dúvida, as maravilhosas paisagens da Groelândia e Islândia foram exploradas perfeitamente.
E o que falar da trilha sonora? Deram tom e ritmo ao filme. Na verdade, o filme parecia ser movido por suas músicas e a capacidade de levar Walter - e não só ele - como os telespectadores a lugares inimagináveis.
Ótimo: 4/ 5